quinta-feira, 2 de abril de 2015

Grande incêndio atinge tanques na área industrial da Alemoa, em Santos

Há relatos de diversas explosões nos tanques, cheios de álcool. Fumaça pode ser vista de outras cidades

Grande incêndio na área industrial da Alemoa, em Santos, dura quatro horas em tanques de álcool

Uma nova explosão atingiu tanques de álcool na empresa Ultracargo, na Alemoa, em Santos, por volta das 17h20 desta quinta-feira (2). O incêndio no local se arrasta desde as 10 horas. O Corpo de Bombeiros permanece no local. A previsão é que o combate às chamas leve até quatro dias. Segundo apurou a Reportagem, o incêndio atingiu pelo menos quatro tanques. Há riscos de novas explosões.
O combate às chamas conta com o apoio de 80 homens do Corpo de Bombeiros e 30 viaturas da Polícia Militar, sendo oito de São Paulo. O fogo pode ser visto à distância, de várias cidades da Baixada Santista, atingindo cerca de 100 metros de altura.
Mais cedo, o diretor da consultoria V2PA, o engenheiro Marcos Vendramini, havia dito que, se não ocorresse nenhuma outra explosão e o fogo não se alastrasse, o combate ao incêndio deveria durar entre seis e oito horas. Marcos já prestou serviços à maioria dos terminais de granéis líquidos do Porto de Santos.
Fogo em área industrial da Alemoa atinge cerca de 100 metros de altura 
Formas de combate

Segundo Vendramini, o combate às chamas ocorre de duas formas: resfriamento, com o lançamento de água nas laterais dos tanques, e o lançamento de espuma (um produto especial para etanol), para acabar com as chamas.

Os tanques contam com um sistema automático de combate a incêndio. Trata-se de uma mangueira que lança essa espuma no interior do tanque. Mas há o risco de, com a explosão, esse aparelho ter sido danificado. Por isso, estão lançando o produto com mangueira.
800 graus
Ainda conforme o Corpo de Bombeiros, a temperatura no foco do incêndio é de 800 graus. Quatro tanques foram completamente derretidos pelo fogo. 

Por questão de segurança, os Bombeiros se mantêm a uma distância de 100 metros do local das chamas. O trabalho, segundo a corporação, é de contenção do fogo, e não de combate.

A água do mar utilizada pela embarcação Governador Fleury, do Corpo de Bombeiros, é que está garantindo a alimentação do líquido para o combate ao incêndio.

Segundo os bombeiros, por minuto, são 15 mil litros de água despejados na mangueiras usadas para controlar as chamas. A água está sendo despejada com a ajuda de uma substância química que ajuda a controlar a dispersão do fogo.  
Bombeiros da Capital vieram escoltados
Plano 
Um plano de auxílio mútuo das indústrias de Cubatão foi acionado assim que o incêndio começou. 

A Refinaria de Cubatão mandou para a Alemoa, em Santos, um caminhão-tanque com 6 mil litros de líquido gerador de espuma e quatro técnicos em combate a produtos químicos. Outras indústrias mandaram equipes próprias.

Pelo mar, equipes do Corpo de Bombeiros também ajudam a combater o fogo.  

Os Bombeiros pedem que a região seja evitada por conta de riscos de explosões. De vários bairros de Santos, São Vicente, Guarujá e Praia Grande é possível é ver uma imensa cortina de fumaça densa e preta. 
Pelo mar, bombeiros ajudam a controlar o incêndio que atinge o terminal da Ultracargo
A Ultracargo informou, por meio de nota, que a brigada de incêndio foi acionada assim que notou o início das chamas e disse que é prematuro apontar qualquer motivo para as explosões. De acordo com a empresa, o fogo está contido em uma bacia de contenção e atinge exclusivamente quatro tanques.
Os bombeiros estão trabalhando no local para resfriar os tanques vizinhos, o que contribui para impedir a propagação. 
Ministro
O ministro dos Portos, Edinho Araújo, informou que pediu ''que os técnicos do Ministério de Portos e da Codesp monitorem em tempo real os eventuais reflexos no Porto de Santos''.

Terminais vizinhos se concentram em evitar que as chamas cheguem às suas instalações. Na unidade da Stolthaven, vizinha à da Ultracargo, seus funcionários trabalham para controlar a temperatura de seus tanques, que deveria estar entre 25 e 28 graus. Com o incêndio, chegou a 37 graus. O risco é grande se ultrapassar a casa dos 40 graus. A empresa chegou a convocar a equipe da noite, que estava saindo, para permanecer e ajudar na operação. 

Vítimas
De acordo com informações da Prefeitura de Santos, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) realizou o atendimento de 15 pessoas no local. Todos homens com superaquecimento. Segundo o Samu, isso ocorre porque as vítimas são funcionárias da área industrial da Alemoa. Elas usam roupas pesadas e acabam tendo alteração na pressão arterial e aumento na temperatura corporal. 
O Samu também realizou o atendimento de pacientes com crise nervosa e outros que inalaram fumaça. Já no Pronto Socorro Central de Santos, três pessoas foram atendidas com crise nervosa. Elas foram medicadas e liberadas. 
Equipes do Corpo de Bombeiros da Baixada Santista estão empenhadas no combate ao incêndio nos tanques da Alemoa
A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) entrou em contato com a Ecovias, concessionária do Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI), para represar os caminhões no Planalto enquanto o incêndio não for controlado.
Segundo a Ecovias, a Via Anchieta tem tráfego bloqueado no km 64, sentido litoral, por causa do incêndio. Motoristas que querem vir ao litoral devem utilizar a Rodovia dos Imigrantes e por São Vicente chegar a Santos. Quem pretende ir a São Paulo não encontra dificuldades de utilizar a Via Anchieta. 

Trânsito
Em nota, a Prefeitura de Santos informou que está dando todo o apoio e suporte necessário para auxiliar o Corpo de Bombeiros no incêndio que acontece na Alemoa. Viaturas da Defesa Civil e Guarda Municipal estão no local. 
Neste momento, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) tem 12 viaturas e 20 agentes de trânsito auxiliando motoristas nas avenidas Martins Fontes e Nossa Senhora de Fátima, além de agentes e viaturas que estão no local do acidente para orientar carros de serviço. Um esquema especial no trânsito foi montado para que caminhões e carros de passeio, que vêm da Capital, acessem a Cidade. 
Para que caminhoneiros acessem o Porto de Santos, um desvio foi montado na Rua Senador Cristiano Otoni. Já para os veículos de passeio, o tráfego é feito pela pista da Avenida Presidente Getúlio Dorneles Vargas, na subida do elevado, que foi dividida ao meio. 
Tremor e susto
Caminhoneiros e outros profissionais que atuam em áreas próximas ao local comentaram o momento da explosão aos jornalistas de A Tribuna

O caminhoneiro Adriano Miranda estava a 20 metros de onde ocorreu a explosão,  na Via Anchieta, e ia descarregar a carga em uma empresa próxima. No momento do tremor, ele abandonou o veículo e correu para uma passarela da rodovia.

Já Luciano Pascoal, de 30 anos, estava controlando a entrada de carga na empresa Stolthaven, quando sentiu o chão tremer e foi orientado a deixar o local. 

O motorista de caminhão Cláudio Sérgio estava voltando para transportadora Dalastra e também foi orientado a retornar. Ele parou no Saboó e aguarda um posicionamento da empresa para retomar as atividades. 
O morador do bloco 16 de um conjunto habitacional no Saboó, António Adevair dos Santos, conta que ouviu três explosões. Saiu de casa com a esposa na hora. Ele trabalha na Petrobras, área de risco, e afirma que nunca viu um acidente assim. 

Funcionária de uma transportadora na Alemoa, que não quis se identificar, disse que sentiu tremores na hora da explosão. "Nosso escritório é de madeira. Então sentimos uma vibração no chão".
Fogo começou depois de uma explosão em um dos tanques de combustível na Alemoa, em Santos
Em nota à imprensa, o 6º Grupamento de Bombeiros - Santos,  informou que foi acionado, às 10h10 desta quinta-feira, para a ocorrência de “Incêndio em Tanque de Álcool” na Rua Engenheiro Augusto Barata, S/N – Alemoa – Santos/ SP.

O terminal abriga 175 tanques de capacidade de até 10.000³ em uma área de 183.871 m². Os produtos movimentados no local incluem combustíveis, óleos, vegetais, etanol, corrosivos e químicos.
 * Com informações de Leopoldo Figueiredo, José Claudio Pimentel e Nathália Geraldo.
FONTE A TRIBUNA ON-LINE

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