“Os Dez Mandamentos” estreou na semana passada catapultando a audiência da Record na faixa das 20h30, horário no qual desde a exibição de “Carrossel” o SBT assegurava a vice-liderança com vantagem. No entanto, o lançamento rapidamente chamou a atenção dos telespectadores e, como resultado, a emissora de Edir Macedo cresceu 56% na comparação com a semana anterior, totalizando 12 pontos de média com os cinco primeiros capítulos da trama bíblica.
Ao mesmo tempo, o canal de Silvio Santos teve queda: de 11,8 pontos para 11,1, ou seja, -6%. A Record ocupou a segunda colocação isolada e, ao menos nestes primeiros dias, está com a novela inédita com mais audiência fora da Globo em São Paulo. No Rio, a elevação foi ainda mais surpreendente, já que o folhetim fez a rede da Barra Funda aumentar em 101% sua média no mesmo período, somando 14 pontos.
Não é difícil entender o que aconteceu, afinal, de um lado o “Jornal Nacional” ficou enfraquecido ao competir com duas telenovelas, segmento que desde sempre costuma conquistar os melhores índices para os canais que investem no setor. Do outro, o SBT, que há quase dois anos veicula“Chiquititas”. Em resumo, apesar do ‘desgaste’ não ser visível nos números anteriores ao lançamento de “Mandamentos”, o fato de a Record ter uma novidade de encher os olhos faz com que a situação seja outra.
A produção tem tudo para literalmente ser um divisor de águas na dramaturgia da Casa, e essa afirmação não tem a ver somente com audiência. Sim, tem praticamente o dobro do que “Vitória” alcançava, mas a questão principal está na qualidade do que se vê no vídeo.
O canal está deixando evidente que os anos apostando em releituras da bíblia serviu para que adquirisse know how e aprendesse com as críticas. Se em “A História de Esther” a Record foi vítima de piadas por conta de barbas postiças ou da aparência em geral dos atores, agora é perceptível a evolução.
“Os Dez Mandamentos” deixa claro que é uma superprodução, e não somente em relação aos valores astronômicos investidos. Está tudo ali, no vídeo. Moisés tem uma das mais ricas e interessantes histórias da bíblia e, além disso, recontar sua trajetória é uma atitude corajosa, haja vista a tecnologia que será necessária para retratar as pragas e a divisão do mar.
Até aqui, sobram elogios. E audiência. Não é de se duvidar que o folhetim chegue a incomodar a Globo…
RD1
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