No entanto, o instituto alemão já teria observado que o SBT, por exemplo, tem mais audiência pela manhã e à tarde do que a medida atualmente pelo Ibope. Já a Record, segundo os dados iniciais do GfK, tem índices maiores na faixa da tarde e à noite do que os números atuais medidos pelo Ibope.
O Ibope instala aparelhos em residências de acordo com um estrato obtido de dados demográficos do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Segundo o Ibope, a distribuição de seus aparelhos de medição contempla todas as camadas sociais, de escolaridade e faixas etárias.
O GfK também teve de utilizar dados do IBGE para definir a instalação de seus aparelhos, mas seu departamento de pesquisa teria observado novas e importantes mudanças sociais e de renda nos últimos anos.
Por exemplo: uma parcela da população (e de profissionais) que no passado pertencia à classe C, hoje está na classe B e até mesmo na A, apesar de não ter mudado de profissão. O comportamento e perfil de consumo dessas pessoas, porém, mudaram drasticamente.
Um exemplo: 10 ou 20 anos atrás uma cabeleireira ou um pedreiro podiam ser enquadrados como representantes tradicionais da classe C. Só que hoje, devido a mudanças no mercado e no país, esses mesmos profissionais podem faturar, digamos, até R$ 10 mil por mês (lembrem-se, são só exemplos).
Por isso, embora tenham mantido a mesma profissão, hoje seu status e seus hábitos de consumo – e também como telespectadores – podem ter mudado radicalmente.
Contudo, ainda é cedo para saber como a reação das emissoras, do mercado publicitário e, em especial, dos anunciantes aos novos dados de audiência medidos pelo GfK.
Apesar de muitas pessoas acreditarem que uma segunda empresa medindo audiência pode servir apenas para criar confusão no mercado, mas alguns especialistas acreditam que é justamente o oposto disso: que eventuais discrepâncias que o GfK identificar também podem servir para aprimorar ainda mais estratégias publicitárias e de anunciantes na TV.
O Ibope tem hoje cerca de 5.000 aparelhos instalados em residências das 15 maiores regiões metropolitanas do país. Há promessa de elevar esse número para 6.000 ainda este ano.
Já o GfK instalou cerca de 6.600 aparelhos pelo país, e promete medir também o público de TV on demand e de sistemas como o Netflix.
TV FOCO
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